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sábado, 3 de setembro de 2011

Mandala Escudo Xamânico




Os escudos xamânicos sempre foram usados em inúmeras situações e em diversos ritos xamânicos. O escudo xamânico é um artefato sagrado que nos proporciona mais criatividade e integração com uma cultura belíssima, nos facilitando o resgate de nosso poder pessoal.  Os escudos xamânicos podem ser confeccionados com os objetivos de:proteção, saúde, harmonia, sabedoria, poder, felicidade, gratidão, criatividade, entre outros. Os povos nativos usam os escudos como portais de conexão e expressão das intenções e orações. Ao confeccionarmos nosso próprio escudo, colocamos nossa intenção e energia, transformando-o em um instrumento de poder. Nesta mandala, confeccionada a partir de um desenho com lápis sanguínea e sépia que é o seu centro, rodeado de pedras ônix e jaspion. Foram feitos contornos em pirogravura e preenchidos com machetaria em madeiras diversas e terra.. Evoca as forças de Gaia pedindo sua proteção e amparo.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Mandala Celta




Símbolos e significados celtas

À semelhança de outras religiões, também os pagãos têm os seus símbolos sagrados. Existem poucas informações à respeito dos nós e de sua exata simbologia de acordo com cada tipo de dobradura. Mas o que pode concluir a partir do que se tem é que os celtas exprimiam com este tipo de desenho a idéia de que tudo está ligado, amarrado e de forma simbiótica, a evolução de todos se dá de forma conjunta. É um símbolo da igualdade de essências e da interconexão de toda a vida (como vindo de uma coisa só).  Os Celtas acreditavam que o número 3 e que todos seus múltiplos eram sagrados. Mas o que terá o número 3 de sagrado? Qual seu significado? O número 3 tem a vibração do Planeta Jupiter, planeta da expansão,representa o idealismo, o movimento,educação superior e fé. É o número das Tríades Sagradas e representa o corpo, mente e espírito. 1-2-3 foram os primeiros números que o homem compreendeu,a formação de um triângulo pai-mãe- filho. Para a cultura celta, há duas configurações primárias que simbolizam o sagrado três: São o trefoil, moldado como o trevo irlandês, e o triângulo invertido, freqüentemente referido como o Triângulo da Manifestação. O interessante é que eles consideravam os múltiplos de 3 com a mesma importância que o 3, o mais importante múltiplo de três era o nove – a manifestação natural do três vezes o três.  Quando a ciência da matemática começou a se tornar mais popular no século XVII, os celtas acharam que eles estavam certos na sua escolha do nove como manifestação de um número mágico. Nove não era apenas a o múltiplo natural de três, mas era também o número que podia voltar magicamente a si mesmo, e assim ele passou a ser um símbolo do poder criativo e energia. O nove também foi associado em muitas culturas aos mistérios da lua e, como a lua, o nove volta a si mesmo, não importa como ele é manipulado.
Teste você mesmo. Multiplique qualquer número por nove, some os números da soma resultante e você terá o nove. Isso nunca falha. Por exemplo, multiplique 9 por 5.  O resultado é 45. Separe o 4 do 5, some-os, e você terá o 9. Em cada exercício, feitiço e ritual dos capítulos seguintes, você verá o número três, ou um de seus múltiplos, se destacando.
Em muitos rituais celtas que você escrever por si mesmo, você deverá sempre adicionar algo em três ou múltiplos de três, quando possível. O triskle (triskele, triskelion ou tryfot),achados arqueológicos em terras celtas, da Irlanda à Europa Oriental, atesta sua ampla adoção pelos Antigos. Sua forma tem a ver com o fluxo das estações e, por consequência, representa a própria Deusa Tríplice (Donzela, Mãe e Anciã), bem como as 3 fases da lua (crescente, cheia e minguante) e Os 3 Reinos Celtas. Os 3 reinos celtas, que eram vistos da seguinte forma:
- O Céu que está sobre nossa cabeça, ele nos oferece o Sol, a Lua, as estrelas e as chuvas que fertilizam o solo. - A Terra que está sob nossos pés, ela nos dá o alimento, nos abriga e faz tudo crescer, são as raízes fortes das árvores. - O Mar é a água que está em nós, representa o Portal para o Outro Mundo, ela sacia a sede e nos dá a vida, sem a água tudo perece e morre.
Essa cosmologia é bem diferente dos quatros elementos da visão grega, pois os celtas viam tudo na forma de tríades. E cada reino era visto como um grande caldeirão sustentado por 3 pernas, que por sua vez, também possuíam mais 3 atributos.  Os 3 mundos são compostos da seguinte maneira: - O Outro Mundo: onde os espíritos, Deusas e Deuses vivem. - O Mundo Mortal: onde nós e a natureza vivemos. - O Mundo Celestial: onde as energias cósmicas como o Sol, a Lua e o vento se movem.  Para os celtas, a vida significava movimento e dinamismo e por isso não havia alternativa possível: descartada a opção de ficar quieto, sob pena de ser destruída pela incessante ondulação da existência, a única coisa que restava a fazer, era seguir andando com ela. Em seus símbolos o movimento é nítido, basta observar.
 Triskle

O triskle, também conhecido como triskeletriskelion outryfot é um dos símbolos mais presentes na arte celta e representa as tríades da vida em perpétuo movimento e equilíbrio (nascimento-vida-morte, corpo-mente-espírito,etc). O fato de ser representado por uma espécie de três pontas em espiral confere a este símbolo uma graciosa fluidez de movimentos. Para os celtas o número três era um número sagrado. A primitiva divisão do ano feita em três estações: Primavera, Verão e Inverno - pode ter tido origem na Deusa tríplice à qual eram associadas estas estações. Obviamente, o Triskle está associado ao fluxo das estações e à tripla face da Deusa (Donzela, Mãe e Anciã). Por ter tão importantes conotações, este era um dos símbolos mais presentes na arte celta. Este símbolo celta do amor eterno é formado por dois Triskeles. Cada um dos Triskel, possui três nós (três pontos), denotam os três aspectos de uma pessoa, corpo, mente e alma. O Triskel dois, unidos, mostram um círculo. O círculo representa o amor eterno de vida e eternidade. Este valor representa duas pessoas, unidas em mente, corpo e alma em amor eterno.

Deusa tríplice

A Deusa tríplice (muitas vezes associada a Brigid) representa a Deusa nas sua três faces: a Donzela (fase inicial, virginal, o início da vida), a Mãe (fase da fertilidade, gravidez, dar vida a nova vida) e a Anciã (fase da sabedoria, do passar o conhecimento às gerações seguintes), daí a sua representação ser a lua nas fases crescente, cheia e minguante.
Cruz celta
A cruz celta, também conhecida por Cruz solar representa vários ideais: os quatro elementos, as quatro estações do ano, os quatro ventos, a continuidade e renovação dos ciclos da natureza, daí ser associada ao heroísmo, coragem e à capacidade de superar obstáculos. É um símbolo que atrai que atrai reconhecimento, fama e riqueza, mas essas bênçãos só são recebidas por quem trabalhar com afinco e dedicação, por isso a cruz celta também concede força de vontade e disposição. A divindade ligada a este símbolo é Lug, Senhor da Criação (mitologia celta). Escusado será dizer que foi mais um símbolo adotado pelo Cristianismo, tendo o seu significado sido distorcido.
Pentagrama: O pentagrama é um dos mais conhecidos e ao mesmo tempo um dos mais incompreendidos símbolos pagãos ao longo dos tempos. A estrela de cinco pontas simboliza os quatro elementos: TerraÁgua, Ar e Fogo e o Espírito humano. O círculo que envolve a estrela representa o amor infinito do Espírito (Grande Mãe e seu Consorte, criadores de todas as coisas)É um símbolo que os pagãos utilizam para representar a sua fé e também para se reconhecerem.

Nó da Trindade: Este símbolo tem vários significados, sendo um deles a fé. Simboliza a Deusa Tríplice dos antigos Celtas e a sua unidade, era muito comum encontrar este símbolo em arte celta e até mesmo em manuscritos. Foi também encontrado em moedas germânicas e Pedras de Runas (memoriais erguidos aos guerreiros falecidos escritos em Rúnico), sendo estas últimas uma tradição da Era Viking. Pode também significar algo perfeito, sem princípio nem fim, sendo muito popular em anéis de casamento celtas. Após os celtas, este símbolo foi de certa forma apropriado e usado pelos cristãos para designara Santa Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.  
Nó Celta: Existem vários exemplos de nós celtas, sendo que este é apenas um deles. É mais um símbolo de algo sem princípio nem fim, o nó que elenca todas as coisas, simboliza a eternidade, a luz, a magia e a sede de sabedoria, a interligação entre as pessoas e acontecimentos, uma ligação mágica de algo que fica para sempre. Pode simbolizar amor eterno e é muito popular em joalheria celta, especialmente anéis de casamento.
1-  

Consta da tradição e celebração Celta que - no exato momento em que os raios do Sol se enfraquecem e diminuem a intensidade, sempre , ao cair da tarde - está na hora de um novo momento. Seria a reciclagem espiritual para o ungir e a preparação, agradecimento ao Senhor dos Astros, ao Pai Celestial, à Deusa, para o nascer e fluir de mais um milagre contínuo , um novo dia que se principia. Os celtas apesar da sua origem pagã, porém de fé inabalável em um Pai Maior ou um Ser Celestial Superior, no caso a Deusa, irreparavelmente celebravam o começo dos dias da Roda da Vida, através do anoitecer. Na realidade, eles lembravam e reverenciavam a Deusa. Os mistérios e a magia da Natureza como, por exemplo, o surgimento da Lua, das novas emoções, das novas intuições, adormecidas...  No ponto de vista Celta, no momento do anoitecer, os homens se acalmam e repousam depois de um dia intenso de trabalho. Mas, os sacerdotes e sacerdotisas não seguem á regra, trabalham na confecção de uma Alvorada Perfeita. Deus, segundo os celtas, também descansa durante a escuridão. Mas, em momento algum se afasta e continua próximo aos seus filhos. O Sopro Divino é inconsciente, é intuitivo para um novo brilhar, para a perfeição de todos os dias de um novo amanhecer.

As ondas do mar são assim, incessantes, no vai-e-vem celestial e etério. E o acordar e dormir, descansar e trabalhar, morrer e nascer, completam as engrenagens da Roda da Vida Celta, interação, Unicidade, Equilíbrio entre dia e noite, anoitecer e amanhecer, segundos preciosos e de intensa comunhão entre os seres vivos, espirituais e de luzes que habitam o Universo, vivem no coração da Floresta da Deusa. 
Os Celtas tinham a Intuição Celestial à flor da pele. Sabiam que é realmente preciso ATIVAR as duas polaridades. Harmonia e Paz devem estar em perfeita sintonia. Só assim a Natureza poderá se manter em equilíbrio. Da mesma maneira, como a imagem refletida é o complemento da imagem projetada. 
Portanto nas escrituras celtas: homens e mulheres precisam estar juntos para que a comunhão perfeita entre o Deus e a Deusa possa refletir e gerar os magnânimos momentos de intensa união e perfeição. 
E voltamos assim a eterna Roda da Vida, suave, frágil, mas de fios sustentáveis e indestrutíveis, movendo os momentos de equilíbrio entre o dia e a noite, marcados pelo pôr do sol, a metade da noite, o nascer do sol e a metade do dia. 
A magia está em nós, no Universo e a um passo daqueles que verdadeiramente acreditam no poder das magias. 
Os Celtas sempre vivenciaram os momentos como se fossem eternos, cada segundo uma vida, cada vida um segundo mágico da Existência. E na Roda da Vida sempre houve a presença de pontos de intercalação até mesmo no real e no linear. Assim os quatro momentos principais durante o ciclo de 24 horas seriam: 6 da manhã, meio-dia, seis da tarde e meia noite E nesta ação conjunta, haveriam pontos secundários, também de suma importância para o contexto: 9 da manhã, 3 da tarde, 9 da noite e 3 horas da madrugada. Apesar de pagãos, os Celtas tinham a Intuição extremamente aguçada... sabiam de uma forma ou de outra que o universo é simetria, é perfeição. Tudo, absolutamente tudo que brilha e vive no Cosmos tem correspondência e equivalência no Microcosmos. E, muitas vezes, necessariamente, é preciso entender o Micro, o Pequeno para poder alcançar e sentir a importância do grande do Macro.

Desse modo, para os Celtas ficou claro e patente que era mais fácil compreender os Mistérios do Universo através dos pequenos momentos, pequenos detalhes, às vezes até impercebíveis e imperceptíveis, que compreendem a extensão cíclica do dia-a-dia. Então... a partícula se faria Luz, na real noção da partícula por partícula dos grandes momentos. 
Os Celtas acreditavam, também, nos Eixos Meridianos dos quatro momentos do dia ( no fluir mágico das 24 horas, pontos vitais, e na importância dos quatro pontos secundários, na formação completa do Equilíbrio) . 
Neste processo, a verdade universal estaria refletindo a Roda da Vida e a imagem projetada dos 365 (366) dias de um ano. E na reflexão, também encontraríamos a inclusão de quatro momentos vitais: o primeiro dia do ano e o primeiro dia do quarto mês, primeiro de abril sétimo – primeiro de julho e décimo – primeiro de outubro - meses – dias que caem na divisão exata do ano em quatro partes iguais, em quatro elementos exatos, com correspondência direta nos elementais ar, terra, água e fogo . Temos, nesta concepção, quatro momentos secundários: a entrada de cada uma das quatro estações, delimitadas pelos solstícios e equinócios. Logo, nossa roda do ano estaria formada e, novamente, girando em eterna harmonia com o universo. 
Esta era a maneira de pensar e agir dos Celtas, que tinham seu calendário baseado nesses oito momentos do ano. E esses momentos eram celebrados e festejados, quando reuniam-se em clareiras e templos para reverenciar ritualisticamente essas oito datas. E no coração da floresta: a magia do pequeno e do grande fluiam simbioticamente. O sabá - ou o ritual celta destes oito momentos - ganhou nome, tributos convencionados: 
* Ao início do ano, Samhain ( 1º de novembro ); 
* Yule ( solstício de inverno – em torno de 21 de dezembro ); 
* Imbolc (1º de fevereiro ); 
* Equinócio da Primavera ( em torno de 21 de março); 
* Beltane (1º de maio ); 
* Midsummerm (solstício de verão – em torno de 21 de junho ); 
* Lughnasadh (1º de agosto ); e 
* Equinócio de Outono ( em torno de 21 de setembro ).
Esta ordem e os meses correspondentes aos sabás estão de acordo com o hemisfério norte lugar de onde vem os Celtas.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Mandala da Transmutação


A Mandala da Transmutação (vidro sobre madeira) enfatiza as potencialidades das cores violeta e azul. Azul: é a cor mais fria e imaterial das cores sendo a cor do infinito e do mar. Observando, usando ou trabalhando com ela, o azul reduz o stress, acalma e relaxa. Ajuda-nos a exteriorizar os pensamentos com bondade e sutileza. Ajuda a dar valor às próprias ideias. Propicia comunicação, tem a ver com a palavra e com a verdade. Fomenta a tolerância, a justiça, a caridade, a fidelidade. Violeta: Observando, usando ou trabalhando com ela, projeta-nos a energia até níveis superiores de consciência. Unifica a mente, o corpo e o espírito. Expande a capacidade dos hemisférios cerebrais. Incrementa o poder criativo e a imaginação. É uma fonte energizante, transmuta o negativo: a guerra em paz, o ódio em amor, a obscuridade em luz. 
O desenho desta  mandala também é muito rico na informação de movimento de ascendência. É uma mandala tranquilizadora para inspirar profundos sentimentos pacíficos, reflexão e serenidade.





Detalhe 1.

Detalhe 2.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O significado do trabalho com Mandalas



Mandala Aquarelada - Elemento Fogo
Aquarela com tinta Windsor sobre papel Canson 300mg.





Como já vimos em outro texto as mandalas estão presentes nas rosáceas dos suntuosos vitrais coloridos das milenares catedrais européias, nos misteriosos calendários maias, nos mais longíquos monastérios tibetanos onde servem de suporte à meditação, o yoguismo tântrico como instrumento de contemplação; as mandalas são também encontradas nas mais antigas inscrições e desenhos da humanidade. Em tudo, elas representam a totalidade do cosmos e o lugar que o homem ocupa nele. Parece que os nossos ancestrais de todos os tempos sabiam intuitivamente que a estrutura fundamental do universo é uma mandala. Basta que observemos a natureza para identificá-las sob todas as formas, tamanhos e coloridos.
A palavra Mandala, no velho sânscrito, significa "o centro", "o círculo mágico", "o mistério". É geralmente descrita como uma figura geométrica representada por um círculo sobre um quadrado ou vice-versa, mas pode ser também construída ou desenhada em forma de um círculo ou um quadrado, subdividido por quatro ou múltiplos de quatro, de maneira mais ou menos regular, incluindo-se ou não outras formas. Sua característica mais importante é que seu traçado é feito em torno de um centro, geralmente obedecendo eixos de simetria e pontos cardeais. Entretanto seu contorno exterior não é forçosamente circular, mas dá a ideia de irradiar-se de um centro ou mover-se em direção a ele. Por isto, quando uma pessoa observa uma Mandala tem a sensação de que ela se move e pulsa.
Jung, famoso psicólogo e fundador da Psicologia Analítica, ao estudar as Mandalas orinetais e sua utilização como instrumento de culto e de meditação, passou a desenhá-las, descobrindo o efeito de cura que elas exerciam sobre ele mesmo. Após anos de pesquisa e aprofundamento no conhecimento do psiquismo humano, ele passou a utilizar a construção de mandalas como método psicoterapêutico. Seus estudos o levaram a defini-la como um círculo mágico que representa simbolicamente o Eu ou Self - arquétipo da unidade interior.
Portanto, além de possibilitar o auto-conhecimento e a conquista de unidade interior/exterior, reconciliando e integrando os opostos, o trabalho com Mandalas traz, também, como consequência um vida simbóloica mais intuitiva, mais criativa e individualmente mais livre, pois ajuda a pessoa a entrar em sintonia com seu potencial interior, aceitando e enriquecendo seu imaginário.
Para se realizar uma Mandala é preciso aprender a perceber a ideia que vem de dentro e integrá-la à percepção exterior, tornando-a visível através de uma representação gráfica construída intuitivamente ou desenhada com instrumentos. O foco da atividade é a auto-expressão do inconsciente, quando a pessoa reúne diversos elementos de suas experiências pessoais. O resultado é um novo e significativo todo. Sendo representação exterior de imagens do mundo interior que obedece a uma dinâmica de reestruturação constante, as Mandalas são sempre "individualmente diferentes" e nenhuma se parece com outra, sendo impossível reproduzí-las, mesmo pelo próprio autor. Isto porque, ao construir uma mandala, a pessoa vivencia sua criatividade, expressa-se através de seus próprios meios, construindo os próprios códigos, reinventando o que já existe e criando novos caminhos, pois a auto-percepção é também um caminho de construção e reconstrução do sujeito.
Desse modo, todo o trabalho com Mandalas contribui para a harmonia e o equilíbrio da consciência em evolução.

sábado, 30 de abril de 2011

Meu caminho pessoal em direção às Mandalas

Mandala da Lua



Faz oito anos que comecei a estudar Mandalas com a artista plástica Adriana Leonel. Foi um encontro muito profundo e verdadeiro em minha vida. Adriana é uma pessoa extremamente especial e muito mais que uma artista virtuosa e competente é uma professora exemplar, dedicada, alegre e inspiradora. Comprometida, nada ensina que não tenha antes desenvolvido um conhecimento profundo. Além disso é de uma generosidade ímpar, sempre pronta a dividir, compartilhar suas ideias, e seus conhecimentos de materiais e técnicas. Ela não guarda segredos e certamente por isso quanto mais ela oferece mais recebe. Em 2003, quando procurei Adriana para começar a estudar Mandalas, eu estava abrindo mão de uma longa carreira universitária como docente, mestre e doutora em Enfermagem. Uma carreira na qual não fui feliz. 
Comecei a fazer as aulas no Espaço Cultural da Loja de Materiais Artísticos e de Engenharia Lino Strambi. Poucos meses depois fomos para o Ateliê na casa da Adriana, onde tínhamos um espaço mais nosso, mais adequado às necessidades de introspecção de uma mandalista. Naquela época eu já sentia um entusiasmo particular, uma ansiedade que começava logo que saia de uma aula na expectativa da próxima aula. Aquelas horas que passava no Ateliê aprendendo eram quase de uma ausência em relação ao mundo externo, uma quase total introspecção. 
Dois anos depois, com incentivo da Adriana procurei uma professora de desenho, Anne Frenchi e em seguida frequentei outros ateliês de artistas locais como Ubirajara Júnior, Renata Leite e Roque Pandinne. Com estes artistas aprendi técnicas de desenho à carvão e grafite, desenho observacional, pintura a óleo e acrílica. Em 2005, tive um acidente vascular cerebral que me impediu de continuar fazendo minhas Mandalas por vários meses. Mais tarde, no final de 2007 decidi voltar a estudar e fazer o curso dos meus sonhos de juventude, Filosofia, que terminei em dezembro de 2010. Em maio daquele ano, senti como se tivesse sendo chamada a me dedicar novamente às Mandalas com regularidade. Agora eu já podia vê-las à luz de toda uma formação filosófica. Um dia procurei a Adriana e ela me recebeu com seu modo sorridente, afetuoso e carinhoso de sempre e voltei a fazer aulas regularmente.
Mais recentemente Adriana havia fundado o Grupo ALEN de pesquisa, estudo e arte em mandalas. Participamos de Seminários mensais em que estudamos: Astrologia, Numerologia, Simbologia, Religiões, Geometria, Cores, Radiestesia, técnicas artísticas variadas e utilização dos mais variados materiais. Ao final de cada encontro levamos muitas tarefas para fazer em casa como execução de Mandalas com as novas técnicas aprendidas, assistir e elaborar resumos de filmes e outras leituras. Também temos aulas semanais nas quais nos dedicamos a projetos pessoais de elaboração de Mandalas. Para o nosso grupo a execução de Mandalas vai muito além de um projeto estético, uma vez que sabemos que estamos lidando com troca de energias e procuramos vibrar com as energias mais sutis, sensíveis, positivas. Isso exige de cada uma de nós a busca de uma conduta diária de elevação espiritual.
Posso dizer que percorri um longo caminho até chegar às Mandalas, mas sei que ele foi necessário. Eu precisava aprender sobre o silêncio, a organizar meus pensamentos, sobretudo precisava da maturidade para poder me entregar de corpo e alma à magia da arte dos círculos.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A Flor da Vida
Mandala Aquarelada sobre papel Canson 300mg


Usar aquarela na execução de uma mandala é antes de tudo buscar uma sensação muito prazeirosa. Sentir a cor deslizando com a água é maravilhoso. Na mandala acima usei esta técnica para a Flor da Vida, um símbolo esotérico egípcio que descreve a geometria sagrada que deu lugar ao Universo e que determina os processos naturais como a mitose celular e os movimentos dos sóis e dos planetas. Uma forma que conceitua a vida como um processo no tempo, a forma que contem os ritmos; as hpras; os dias; os meses; os movimentos dos corpos celestes durante os quais a ideia  toma forma, a semente germina.
A Flor da Vida representa o momento em que Deus ativa sua vontade, quando desperta sua consciência para animar o Universo, quando abandona o estado de repouso, de não ego, de não ser, de vazio , de escuridão. É o momento em que o Deus não manifesto se transforma no Deus criador de tudo o que existe, o Fiat Lux, o momento em que nasce a flor da vida e que tudo inicia a sua primeira volta.
O desenho depois de aquarelado foi delineado com pontilhismo em caneta dourada. E no centro de cada flor coloquei uma miçanga.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Mandala em técnica sanguínea

Mandala em sanguínea

Esta é uma técnica de desenho usada principalmente na idade média. O lápis tem a consistência de um pastel duro e se caracteriza por esta cor avermelhada.  A sanguínea é um material surpreendente pela variedade de tons e matizes que proporciona. A forma de usar utilizar é semelhante à do carvão.  A sanguínea pode ser esfumada  originando tons leves e  delicados. Fiz um trabalho de luz e sombra para valorizar a forma da mandala que apresenta como base o número 6 que significa o equilíbrio, a união do espírito e da matéria. Trata-se também de uma rosácea, elemento arquitetônico e decorativo que se pode encontrar em diversos templos católicos. E rosácea é a forma como os cristãos denominaram as mandalas.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O que é uma mandala? I

Pesquiso e estudo Mandalas faz oito anos. Pretendo publicar aqui uma série de textos que expliquem o que são mandalas e porque elas estão presentes no decorrer de toda a história humana, desde os tempo mais primitivos até os dias atuais.

Todas as vezes que se quer falar sobre mandalas é impossível não começar por sua definição mais antiga, aquela que vem dos hindús que significa círculo. Quando vemos uma mandala podemos identificar uma desenho circular com formas variadas. Em seu centro podemos observar um ponto do qual tudo parece se originar. Desse modo a forma circular é regra e portanto, o ponto central é um elemento sempre presente. Os desenhos ao redor desse ponto central em geral exibem uma repetição ou simetria. "As mandalas nos fazem pensar no disco solar ou lunar (lua cheia), nas fatias de uma fruta, em um povo primitivo reunido ao redor de uma fogueira"(Celina Fioravante). O ponto central de uma mandala, que representa a essência, é que atrai nosso olhar e a forma circular gerada por ele fecha, delimita o espaço criando uma parte interior e uma parte exterior. Mircea Eliade nos dirá que o espaço interior de uma mandala corresponde ao sagrado e o espaço exterior ao profano. Ainda de acordo com esse autor, o ponto central de uma mandala representa uma existência superior, a fonte de toda a criação, Deus. O desenho de uma mandala tem na maioria das vezes uma estrutura geométrica, que divide o espaço em porções simétricas e por isso a numerologia e a geometria são analisadasem uma mandalade acordo com suas simbologias. Desde Pitágoras, a emanação das figuras geométricas e do número de divisões no espaço é uma realidade e esses fatores determinam a chamada "vibração da mandala". Esta emanação vibracional tem muito a ver com as cores e elementos usados neste espaço. Podemos resumir dizendo que uma mandala é um campo de força, no qual as emanções das formas, da estrutura numérica, das cores e dos elementos presentes constituem poderes vibracionais verdadeiros e atuantes sobre o observador e espaço onde ela está colocada.