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sábado, 30 de abril de 2011

Meu caminho pessoal em direção às Mandalas

Mandala da Lua



Faz oito anos que comecei a estudar Mandalas com a artista plástica Adriana Leonel. Foi um encontro muito profundo e verdadeiro em minha vida. Adriana é uma pessoa extremamente especial e muito mais que uma artista virtuosa e competente é uma professora exemplar, dedicada, alegre e inspiradora. Comprometida, nada ensina que não tenha antes desenvolvido um conhecimento profundo. Além disso é de uma generosidade ímpar, sempre pronta a dividir, compartilhar suas ideias, e seus conhecimentos de materiais e técnicas. Ela não guarda segredos e certamente por isso quanto mais ela oferece mais recebe. Em 2003, quando procurei Adriana para começar a estudar Mandalas, eu estava abrindo mão de uma longa carreira universitária como docente, mestre e doutora em Enfermagem. Uma carreira na qual não fui feliz. 
Comecei a fazer as aulas no Espaço Cultural da Loja de Materiais Artísticos e de Engenharia Lino Strambi. Poucos meses depois fomos para o Ateliê na casa da Adriana, onde tínhamos um espaço mais nosso, mais adequado às necessidades de introspecção de uma mandalista. Naquela época eu já sentia um entusiasmo particular, uma ansiedade que começava logo que saia de uma aula na expectativa da próxima aula. Aquelas horas que passava no Ateliê aprendendo eram quase de uma ausência em relação ao mundo externo, uma quase total introspecção. 
Dois anos depois, com incentivo da Adriana procurei uma professora de desenho, Anne Frenchi e em seguida frequentei outros ateliês de artistas locais como Ubirajara Júnior, Renata Leite e Roque Pandinne. Com estes artistas aprendi técnicas de desenho à carvão e grafite, desenho observacional, pintura a óleo e acrílica. Em 2005, tive um acidente vascular cerebral que me impediu de continuar fazendo minhas Mandalas por vários meses. Mais tarde, no final de 2007 decidi voltar a estudar e fazer o curso dos meus sonhos de juventude, Filosofia, que terminei em dezembro de 2010. Em maio daquele ano, senti como se tivesse sendo chamada a me dedicar novamente às Mandalas com regularidade. Agora eu já podia vê-las à luz de toda uma formação filosófica. Um dia procurei a Adriana e ela me recebeu com seu modo sorridente, afetuoso e carinhoso de sempre e voltei a fazer aulas regularmente.
Mais recentemente Adriana havia fundado o Grupo ALEN de pesquisa, estudo e arte em mandalas. Participamos de Seminários mensais em que estudamos: Astrologia, Numerologia, Simbologia, Religiões, Geometria, Cores, Radiestesia, técnicas artísticas variadas e utilização dos mais variados materiais. Ao final de cada encontro levamos muitas tarefas para fazer em casa como execução de Mandalas com as novas técnicas aprendidas, assistir e elaborar resumos de filmes e outras leituras. Também temos aulas semanais nas quais nos dedicamos a projetos pessoais de elaboração de Mandalas. Para o nosso grupo a execução de Mandalas vai muito além de um projeto estético, uma vez que sabemos que estamos lidando com troca de energias e procuramos vibrar com as energias mais sutis, sensíveis, positivas. Isso exige de cada uma de nós a busca de uma conduta diária de elevação espiritual.
Posso dizer que percorri um longo caminho até chegar às Mandalas, mas sei que ele foi necessário. Eu precisava aprender sobre o silêncio, a organizar meus pensamentos, sobretudo precisava da maturidade para poder me entregar de corpo e alma à magia da arte dos círculos.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A Flor da Vida
Mandala Aquarelada sobre papel Canson 300mg


Usar aquarela na execução de uma mandala é antes de tudo buscar uma sensação muito prazeirosa. Sentir a cor deslizando com a água é maravilhoso. Na mandala acima usei esta técnica para a Flor da Vida, um símbolo esotérico egípcio que descreve a geometria sagrada que deu lugar ao Universo e que determina os processos naturais como a mitose celular e os movimentos dos sóis e dos planetas. Uma forma que conceitua a vida como um processo no tempo, a forma que contem os ritmos; as hpras; os dias; os meses; os movimentos dos corpos celestes durante os quais a ideia  toma forma, a semente germina.
A Flor da Vida representa o momento em que Deus ativa sua vontade, quando desperta sua consciência para animar o Universo, quando abandona o estado de repouso, de não ego, de não ser, de vazio , de escuridão. É o momento em que o Deus não manifesto se transforma no Deus criador de tudo o que existe, o Fiat Lux, o momento em que nasce a flor da vida e que tudo inicia a sua primeira volta.
O desenho depois de aquarelado foi delineado com pontilhismo em caneta dourada. E no centro de cada flor coloquei uma miçanga.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Mandala em técnica sanguínea

Mandala em sanguínea

Esta é uma técnica de desenho usada principalmente na idade média. O lápis tem a consistência de um pastel duro e se caracteriza por esta cor avermelhada.  A sanguínea é um material surpreendente pela variedade de tons e matizes que proporciona. A forma de usar utilizar é semelhante à do carvão.  A sanguínea pode ser esfumada  originando tons leves e  delicados. Fiz um trabalho de luz e sombra para valorizar a forma da mandala que apresenta como base o número 6 que significa o equilíbrio, a união do espírito e da matéria. Trata-se também de uma rosácea, elemento arquitetônico e decorativo que se pode encontrar em diversos templos católicos. E rosácea é a forma como os cristãos denominaram as mandalas.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O que é uma mandala? I

Pesquiso e estudo Mandalas faz oito anos. Pretendo publicar aqui uma série de textos que expliquem o que são mandalas e porque elas estão presentes no decorrer de toda a história humana, desde os tempo mais primitivos até os dias atuais.

Todas as vezes que se quer falar sobre mandalas é impossível não começar por sua definição mais antiga, aquela que vem dos hindús que significa círculo. Quando vemos uma mandala podemos identificar uma desenho circular com formas variadas. Em seu centro podemos observar um ponto do qual tudo parece se originar. Desse modo a forma circular é regra e portanto, o ponto central é um elemento sempre presente. Os desenhos ao redor desse ponto central em geral exibem uma repetição ou simetria. "As mandalas nos fazem pensar no disco solar ou lunar (lua cheia), nas fatias de uma fruta, em um povo primitivo reunido ao redor de uma fogueira"(Celina Fioravante). O ponto central de uma mandala, que representa a essência, é que atrai nosso olhar e a forma circular gerada por ele fecha, delimita o espaço criando uma parte interior e uma parte exterior. Mircea Eliade nos dirá que o espaço interior de uma mandala corresponde ao sagrado e o espaço exterior ao profano. Ainda de acordo com esse autor, o ponto central de uma mandala representa uma existência superior, a fonte de toda a criação, Deus. O desenho de uma mandala tem na maioria das vezes uma estrutura geométrica, que divide o espaço em porções simétricas e por isso a numerologia e a geometria são analisadasem uma mandalade acordo com suas simbologias. Desde Pitágoras, a emanação das figuras geométricas e do número de divisões no espaço é uma realidade e esses fatores determinam a chamada "vibração da mandala". Esta emanação vibracional tem muito a ver com as cores e elementos usados neste espaço. Podemos resumir dizendo que uma mandala é um campo de força, no qual as emanções das formas, da estrutura numérica, das cores e dos elementos presentes constituem poderes vibracionais verdadeiros e atuantes sobre o observador e espaço onde ela está colocada.