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quarta-feira, 4 de maio de 2011

O significado do trabalho com Mandalas



Mandala Aquarelada - Elemento Fogo
Aquarela com tinta Windsor sobre papel Canson 300mg.





Como já vimos em outro texto as mandalas estão presentes nas rosáceas dos suntuosos vitrais coloridos das milenares catedrais européias, nos misteriosos calendários maias, nos mais longíquos monastérios tibetanos onde servem de suporte à meditação, o yoguismo tântrico como instrumento de contemplação; as mandalas são também encontradas nas mais antigas inscrições e desenhos da humanidade. Em tudo, elas representam a totalidade do cosmos e o lugar que o homem ocupa nele. Parece que os nossos ancestrais de todos os tempos sabiam intuitivamente que a estrutura fundamental do universo é uma mandala. Basta que observemos a natureza para identificá-las sob todas as formas, tamanhos e coloridos.
A palavra Mandala, no velho sânscrito, significa "o centro", "o círculo mágico", "o mistério". É geralmente descrita como uma figura geométrica representada por um círculo sobre um quadrado ou vice-versa, mas pode ser também construída ou desenhada em forma de um círculo ou um quadrado, subdividido por quatro ou múltiplos de quatro, de maneira mais ou menos regular, incluindo-se ou não outras formas. Sua característica mais importante é que seu traçado é feito em torno de um centro, geralmente obedecendo eixos de simetria e pontos cardeais. Entretanto seu contorno exterior não é forçosamente circular, mas dá a ideia de irradiar-se de um centro ou mover-se em direção a ele. Por isto, quando uma pessoa observa uma Mandala tem a sensação de que ela se move e pulsa.
Jung, famoso psicólogo e fundador da Psicologia Analítica, ao estudar as Mandalas orinetais e sua utilização como instrumento de culto e de meditação, passou a desenhá-las, descobrindo o efeito de cura que elas exerciam sobre ele mesmo. Após anos de pesquisa e aprofundamento no conhecimento do psiquismo humano, ele passou a utilizar a construção de mandalas como método psicoterapêutico. Seus estudos o levaram a defini-la como um círculo mágico que representa simbolicamente o Eu ou Self - arquétipo da unidade interior.
Portanto, além de possibilitar o auto-conhecimento e a conquista de unidade interior/exterior, reconciliando e integrando os opostos, o trabalho com Mandalas traz, também, como consequência um vida simbóloica mais intuitiva, mais criativa e individualmente mais livre, pois ajuda a pessoa a entrar em sintonia com seu potencial interior, aceitando e enriquecendo seu imaginário.
Para se realizar uma Mandala é preciso aprender a perceber a ideia que vem de dentro e integrá-la à percepção exterior, tornando-a visível através de uma representação gráfica construída intuitivamente ou desenhada com instrumentos. O foco da atividade é a auto-expressão do inconsciente, quando a pessoa reúne diversos elementos de suas experiências pessoais. O resultado é um novo e significativo todo. Sendo representação exterior de imagens do mundo interior que obedece a uma dinâmica de reestruturação constante, as Mandalas são sempre "individualmente diferentes" e nenhuma se parece com outra, sendo impossível reproduzí-las, mesmo pelo próprio autor. Isto porque, ao construir uma mandala, a pessoa vivencia sua criatividade, expressa-se através de seus próprios meios, construindo os próprios códigos, reinventando o que já existe e criando novos caminhos, pois a auto-percepção é também um caminho de construção e reconstrução do sujeito.
Desse modo, todo o trabalho com Mandalas contribui para a harmonia e o equilíbrio da consciência em evolução.

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