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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Mandalas e mandalas



Penso a própria arte de elaborar uma Mandala Pessoal ou Energizadora do Ambiente como uma forma cultural mediadora que comunica a experiência do sagrado em contraposição à ideia do profano. O autor de “O sagrado e o profano”, Mircea Eliade fornece referenciais basilares ao discorrer sobre a experiência do sagrado realizada pelo ser humano enquanto “ser-no-mundo”. Tal face da vida humana antecede a própria experiência religiosa na medida que o sagrado vincula-se à condição de admiração, à qual o ser humano se entrega diante dos mistérios inquietantes. O sagrado, como experiência humana, é fruto de uma espécie de “arrebatamento existencial”, divergente das ocorrências naturais. “Por sagrado entende-se, aqui, uma qualidade de poder misterioso e temeroso, distinto do ser humano e todavia relacionado com ele, que se acredita residir em certos objetos da experiência. Essa qualidade pode ser atribuída a objetos naturais e artificiais, a animais, ou a seres humanos, ou às objetivações da cultura humana.” (Berger, 1985, p. 39). Com esta brevíssima introdução pretendo com este artigo explicar porque o desenvolvimento das Mandalas Pessoais sobre as quais venho escrevendo no último ano se reveste de uma característica diferente – apresentei aqui uma forma de elaborar um objeto, ou um símbolo sagrado para cada pessoa a partir do conhecimento de suas energias fundamentais. Para elaborar um objeto sagrado e belo (pois há um comprometimento estético) é preciso um caminho ritualístico. E sobre este caminho é que vou discorrer hoje. Para iniciar a elaboração de uma Mandala Pessoal sempre aproveito as energias da Lua Nova e procuro terminar em uma Lua Cheia e somente neste período é que faço a Consagração da Mandala. Durante toda a execução do trabalho, desde a fase de desenho no papel e até o fim a Mandala sempre gira no sentido horário.  Simbolicamente, o sentido horário: representa a expansão e crescimento. Todas as pedras e cristais usados nas Mandalas que executo são energizadas três vezes no ano, no Equinócio de Outono, na Lua Cheia de Maio e no Equinócio de Primavera. Além disso eles repousam sobre uma selenita imediatamente antes de serem colocados na Mandala. O ambiente onde eu trabalho foi organizado de acordo com as energias do Feng-Chui, é cercado de pedras energizadoras, aromatizado com incenso de Rosas Brancas, há uma fonte de água que mantêm-se ligada todo o tempo e sempre com música muito suave. Antes de começar o meu trabalho, pratico meditação Raja Yoga e peço a Deus Pai/Mãe que eu esteja tão aberta quanto possível à orientação dos Seres de Luz para executar aquele trabalho. Durante todo o período da execução da Mandala entôo mantras ou Hoponopono, por isso o silêncio é fundamental para mim. Considero que a elaboração de uma Mandala Pessoal é uma produção artística qualificada e destinada ao culto sagrado do Self (Eu mais profundo) de cada pessoa. E por essas razões posso dizer que há Mandalas e mandalas.

Um comentário:

  1. Lindíssimo teu texto, tua compreensão de como elaborar uma mandala pessoal, citar o mestre Eliade, maravilhoso!

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